Estatísticas Alarmantes sobre Bebidas Alcoólicas
Estudos revelam que uma em cada quatro garrafas de bebida alcoólica é adulterada, destacando um problema que transcende fronteiras, afetando diversos países, incluindo o Brasil. Essa questão envolve diversas práticas ilegais que vão desde a substituição de marcas renomadas por produtos de qualidade inferior até a reutilização de garrafas legítimas com álcool mais barato, além da produção de bebidas sem nenhuma autorização legal.
Um fator preocupante que merece atenção é o contrabando, que inclui não apenas a importação clandestina de bebidas alcoólicas prontas, mas também a entrada ilegal de matérias-primas como o etanol. As informações foram divulgadas por Jeff Hardy, diretor-geral da Aliança Transnacional para o Combate ao Comércio Ilícito (Tracit), um organismo vinculado à ONU, que enfatizou a necessidade urgente de controle e fiscalização adequados para mitigar a circulação de bebidas falsificadas no Brasil.
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Segundo Hardy, é crucial que o país adote medidas rigorosas para desencorajar o comércio ilegal. Ele sugere que a aplicação de penalidades severas deve ser uma prioridade para as autoridades. ‘A eficaz implementação das leis necessita de uma coordenação eficiente entre os órgãos governamentais, como a Receita Federal, a polícia, a vigilância sanitária e as autoridades de fronteira. Penalidades que sejam suficientemente rigorosas podem ajudar a coibir a falsificação e o comércio ilícito’, declarou ele em entrevista à CNN Brasil.
Além disso, o diretor da Tracit ressaltou a importância de revisar as políticas tributárias associadas a esses produtos. ‘É fundamental que as políticas fiscais não incentivem o contrabando ou a adulteração de bebidas. Uma abordagem fiscal equilibrada e baseada em evidências pode desestimular o mercado ilegal e garantir um sistema de arrecadação sustentável, além de proteger a saúde pública e a segurança do consumidor’, conclui Hardy.
Casos de Intoxicação e Contaminação no Brasil
Enquanto as discussões sobre regulamentação e combate à adulteração ocorrem, os impactos já estão sendo sentidos. De acordo com o Ministério da Saúde, até o dia 20 de novembro, registraram-se nove mortes no Brasil devido à intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Dentre esses casos, seis ocorreram em São Paulo, duas em Pernambuco e uma no Paraná.
A Sala de Situação do ministério indica que foram registradas 104 notificações relacionadas a esses casos, com 47 confirmações e 57 investigações em andamento. O estado de São Paulo, novamente, lidera em números, com 38 casos confirmados e 19 sob investigação. Além disso, vale destacar que o estado já descartou mais de 400 notificações.
Outros estados também estão enfrentando a situação: Pernambuco confirmou três casos de intoxicação, enquanto o Paraná relatou cinco. O Rio Grande do Sul teve um caso confirmado. Em relação aos casos que ainda estão sendo investigados, Pernambuco aparece com 26, seguido por São Paulo (19) e Piauí (3). O Rio de Janeiro e o Paraná investigam dois casos, enquanto Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Minas Gerais e Tocantins possuem um caso em apuração.
Esses dados alarmantes são um lembrete da urgência da ação, não apenas em termos de políticas mais rigorosas, mas também da importância do controle social e da conscientização sobre os perigos do consumo de bebidas adulteradas.

