Greve dos Petroleiros na Bahia Chega ao Fim Após Acordo com a Petrobras
Em assembleias realizadas na última terça-feira, dia 23, os trabalhadores do Sistema Petrobras na Bahia decidiram pôr fim à greve petroleira que começou em 15 de dezembro. Após a empresa apresentar uma terceira contraproposta, a categoria optou por aprovar o indicativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e suspender os piquetes. Entretanto, enquanto a maioria dos trabalhadores da Petrobras e da Termobahia decidiu encerrar o movimento grevista, os da Petrobras Biocombustível (PBio) votaram pela continuidade da paralisação. Já os funcionários da Transpetro irão deliberar até o final do prazo estipulado pela empresa.
A coordenadora geral do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Elizabete Sacramento, avaliou que a greve foi uma conquista significativa, resultando em avanços em três importantes eixos da pauta reivindicatória, que foram definidos pela categoria em assembleias em todo o Brasil. “Conseguimos uma carta-compromisso da gestão da Petrobras em relação à solução para os problemas da Petros. Sempre afirmamos que seria difícil fechar o acordo coletivo sem uma resposta para essa questão que impacta aposentados e pensionistas”, destacou.
A análise de Sacramento é compartilhada por Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, que reconheceu que, embora a proposta não tenha sido a ideal, ela foi a melhor possível no contexto atual. “A Petrobras estava se preparando para judicializar o movimento grevista. Contudo, essa proposta não foi a que a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, queria impor. Avançamos no acordo coletivo em pontos que ela não desejava que avançássemos, especialmente nas três pautas prioritárias da campanha”, acrescentou.
Os petroleiros ressaltaram a importância da união da categoria, que ajudou a consolidar a pauta dos trabalhadores ativos e aposentados. O deputado estadual Radiovaldo Costa (PT) enfatizou a solidariedade demonstrada pelos trabalhadores terceirizados do Polo Bahia Terra e de outras unidades afetadas pela paralisação. “Ser petroleiro não se limita a trabalhar na Petrobras; envolve todos os que atuam na indústria do petróleo”, definiu.
Conquistas do Movimento Grevista
Os petroleiros exigiam a atenção a três principais eixos da campanha reivindicatória: a distribuição justa da riqueza gerada, o fim dos Planos de Equacionamento dos Déficits da Petros (PEDs), que, segundo a FUP, prejudica aposentados e pensionistas, e o reconhecimento da Pauta pelo Brasil Soberano, que defende uma Petrobras pública e comprometida com o desenvolvimento nacional.
Entre as conquistas do movimento grevista, o Sindipetro Bahia destaca a obtenção de um ganho real na remuneração, reajustes em benefícios e gratificações, redução da participação dos trabalhadores nos custos de transporte e deslocamento, além de melhorias nas condições de segurança no trabalho. No que diz respeito à Pauta pelo Brasil Soberano, a Petrobras e suas subsidiárias se comprometeram a realizar um fórum técnico a cada semestre, com duração de dois dias, para discutir temas relevantes como Transição Energética, Parque de Refino, Biocombustíveis, Fertilizantes e Logística.
A mobilização dos petroleiros, que se estendeu por todo o Brasil, impactou nove refinarias, 16 terminais operacionais, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel, dez instalações terrestres operacionais, duas bases administrativas e três unidades de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), além de 28 plataformas offshore (situadas no mar).

