O Crescimento do Turismo e Suas Implicações Econômicas
Desfrutar das águas cristalinas de Pajuçara, enquanto observamos as jangadas partindo para a pesca, ganhou um novo significado em Alagoas. O turismo se consolidou como um dos principais motores da Economia do Mar, movimentando anualmente mais de R$ 2,8 bilhões. Para 2026, o estado espera a inauguração de 12 novos hotéis, parte de um ambicioso projeto que inclui 22 empreendimentos em construção, refletindo o crescimento robusto do setor.
A importância do turismo na Economia do Mar foi evidenciada em um estudo recente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), que identificou atividades com alto potencial para promover empregos, gerar renda e estimular inovações em todo o território alagoano.
Impactos Socioeconômicos e Geográficos
Com 16 municípios litorâneos, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que quase 41% da população de Alagoas reside nessas áreas, que dependem da economia marinha. O estudo da FIEA destaca o mar como um recurso estratégico, essencial para setores como turismo, pesca e comércio, fortalecendo a economia local.
O estudo indica que a Economia do Mar é dominada pelo setor de serviços, onde se concentra a maioria das empresas e empregos. Maceió e Maragogi aparecem como cidades-chave onde o turismo afeta diretamente áreas como Alimentos e Bebidas, Agências de Viagens e Hotéis.
Investimentos no Setor Hoteleiro
Nos últimos anos, Alagoas viu um aumento significativo nos investimentos turísticos, especialmente no ramo hoteleiro. De acordo com a Secretaria de Turismo de Alagoas (Setur), estão sendo construídos 22 hotéis, com 12 deles previstos para serem entregues em 2026. Redes renomadas como MME, Vila Galé, Ritz e Tropicalis estão ampliando sua presença no estado.
A secretária de Estado do Turismo, Bárbara Braga, enfatiza que o turismo é fundamental para a economia do mar. “A Economia do Mar é um dos pilares do desenvolvimento de Alagoas, e o turismo desempenha um papel central. Cada visitante movimenta uma rede produtiva, fortalecendo pequenos negócios que dependem do mar”, afirmou.
Projeções para a Temporada 2025/2026
Para a temporada 25/26, Alagoas deve ultrapassar 1,3 milhão de passageiros no Aeroporto Zumbi dos Palmares, entre embarques e desembarques, além de receber mais de 150 mil turistas de cruzeiros. Essa movimentação deve injetar cerca de R$ 2,6 bilhões na economia local, podendo chegar a R$ 2,8 bilhões quando se inclui o fluxo terrestre.
“Estes números demonstram o poder transformador do turismo na realidade das cidades costeiras, proporcionando desenvolvimento sustentável e gerando empregos. Nesta temporada, estamos confirmando 223 operações internacionais, com mais de 40 mil assentos disponíveis e 50 voos adicionais semanais no mercado doméstico. Aumento de 189% nos assentos disponíveis para argentinos ilustra nosso crescimento internacional”, destacou Bárbara Braga.
Maceió: O Destino de Cruzeiros do Nordeste
Os cruzeiros são cruciais para a economia turística de Alagoas. Maceió se destaca como o segundo maior destino de cruzeiros do Nordeste, atrás apenas de Salvador. Até abril, estão previstas 35 escalas de oito embarcações diferentes, destacando o MSC Seaview com 17 paradas e o MSC Armonia, com 13 escalas programadas.
O calendário também inclui navios das companhias Costa Cruzeiros, como os Costa Favolosa, Costa Fascinosa e Costa Diadema, além do Seven Seas Splendor (Regent) e do MS Hamburg (Holland America). Os itinerários conectam Maceió a portos nacionais e internacionais, como Funchal (Portugal), Tenerife (Espanha) e Praia (Cabo Verde), solidificando o papel de Maceió no turismo náutico.
Expectativas para Novos Hotéis e a Economia Local
A previsão para os próximos anos é otimista. Os 12 novos hotéis que devem ser entregues em breve trarão mais de 6.400 novas acomodações. “A Economia do Mar continuará a se expandir, pois Alagoas está pronta. Temos planejamento, infraestrutura e um litoral reconhecido mundialmente que encanta os visitantes”, afirmou Bárbara Braga.
O economista Fábio Leão acredita que Alagoas tem um diferencial ao explorar estratégias que valorizam o mar. “O litoral alagoano pode se tornar um modelo de crescimento sustentável, baseado em experiências culturais e inovação”, comentou. Ele também destacou a importância de promover práticas locais e sustentáveis, como o turismo de base comunitária e a bioeconomia marinha.

