Ampliação das câmeras na Polícia Militar
Em meio ao alarmante aumento de mortes durante operações policiais na Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT), reiterou a necessidade do uso de tecnologias para promover mudanças significativas na segurança pública. Durante uma entrevista à Folha de S.Paulo, veiculada nesta sexta-feira (26), o governador destacou que a ampliação das câmeras corporais utilizadas pela Polícia Militar é essencial não apenas para garantir a transparência nas ações policiais, mas também para proteger os próprios agentes da lei.
“Os policiais precisam entender que essas câmeras servem para ajudar a sociedade a compreender a transparência da ação policial. Contudo, elas também são uma forma de proteção para os próprios policiais. Sem dúvida, quero que tenhamos mais câmeras”, enfatizou Jerônimo, reconhecendo que o número atual de equipamentos é insuficiente para a grande corporação.
Cenário da violência e suas causas
Ao discutir o panorama da violência, o governador reiterou que o aumento da criminalidade na Bahia deve ser visto como parte de um fenômeno nacional, influenciado por fatores que vão além das fronteiras do estado. “É amplamente reconhecido que a Bahia não possui indústrias de armas. As armas que chegam aqui vêm de fora. Da mesma forma, não temos uma grande quantidade de laboratórios que produzem drogas; tudo isso se origina de fora do nosso território”, argumentou.
Jerônimo também defendeu a implementação de um sistema nacional de segurança pública que opere de maneira integrada, permitindo o compartilhamento de informações e recursos entre a União, estados e municípios. De acordo com ele, a falta dessa articulação dificulta o combate eficaz às facções criminosas que operam em vários locais.
Resposta coordenada à criminalidade
Embora tenha reconhecido que houve alguns avanços em determinados indicadores de segurança, o governador admitiu que o domínio territorial exercido por grupos criminosos exige uma resposta mais robusta e coordenada. “Esse não é um debate que divide esquerda e direita; precisamos de um sistema de segurança pública que funcione da mesma maneira que o sistema de saúde, envolvendo estados, prefeituras e a União. É necessário alocar orçamentos para dividir essa responsabilidade”, comentou Jerônimo.
O governador ressaltou ainda que a violência nas comunidades mais vulneráveis é fruto de problemas mais profundos. “Quando observamos uma comunidade que enfrenta altos índices de violência, não podemos pensar que aquele local é o foco do problema. Trata-se, na verdade, de uma consequência de diversas questões sociais”, concluiu.

