Estratégias Financeiras para Viabilizar a Companhia
A Casas Bahia está em busca de um aval de debenturistas para viabilizar o reperfilamento de suas dívidas, que têm impactado negativamente os resultados da empresa no terceiro trimestre. A companhia planeja converter debêntures em ações como parte dessa estratégia, que visa aliviar a pressão financeira enfrentada.
O conselho de administração da Casas Bahia confirmou a convocação de uma assembleia com os debenturistas da 10ª emissão para o dia 17 de dezembro. Nessa reunião, será votado o encaminhamento do reperfilamento dos títulos, conforme um fato relevante divulgado nesta terça-feira (25).
Essas medidas já tiveram um impacto significativo nas ações da empresa, que apresentaram uma queda superior a 12% no início do dia, em torno das 11h, nesta quarta-feira (26). Os papéis em questão abarcam três séries; as primeiras e terceiras são simples e não conversíveis em ações, enquanto a segunda é conversível.
Adicionalmente, o conselho também aprovou uma assembleia geral extraordinária na mesma data para discutir um aumento de capital que pode chegar a R$ 13,3 bilhões. Essa proposta é considerada uma forma de oferecer flexibilidade ao conselho, permitindo que, caso decida converter uma quantidade expressiva de dívidas em ações, os acionistas possam ter condições equivalentes.
A transformação da Mapa Capital na maior acionista da Casas Bahia, após a conversão de R$ 1,4 bilhão de debêntures da série 2 da 10ª emissão em agosto, despertou o interesse de outros investidores institucionais que desejam implementar operações semelhantes, conforme informações de uma fonte familiarizada com as discussões, que falou com a Reuters.
A Mapa Capital se tornou a principal acionista em resposta a um acordo realizado com Bradesco e Banco do Brasil, que possuíam as debêntures. A mesma fonte também revelou que os dois bancos detêm aproximadamente 55% da série 1 da 10ª emissão, enquanto a série 3 conta com a participação relevante de diversas instituições, incluindo a Santander Asset. No entanto, quando abordados pela Reuters, tanto Banco do Brasil quanto Bradesco e Santander optaram por não comentar sobre o assunto.
Ainda segundo a fonte, não existem acordos firmados neste momento, apenas manifestações de interesse. Em um comunicado ao mercado, a companhia destacou que a apresentação das propostas aos acionistas e debenturistas faz parte das “negociações em curso com potenciais investidores e debenturistas, com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital por meio da redução da alavancagem”.
A empresa também enfatizou que, neste momento, não há instrumentos vinculativos assinados com os investidores ou debenturistas. Durante a divulgação do balanço referente ao terceiro trimestre, que apontou um prejuízo líquido de R$ 496 milhões, o vice-presidente financeiro da companhia, Elcio Ito, declarou que o grupo está engajado em iniciativas para aprimorar sua estrutura de capital.
As possíveis operações são vistas como transformadoras, conforme a fonte, que ressaltou que têm a capacidade de eliminar a dívida da Casas Bahia.

