Manutenção da Taxa Selic em Foco
Nesta quarta-feira, dia 10, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza sua última reunião de 2023. Com a inflação em desaceleração, embora alguns preços, como os de energia e alimentos, continuem a exercer pressão, a expectativa é de que a taxa Selic permaneça inalterada. Atualmente estabelecida em 15% ao ano, essa taxa representa o maior patamar desde julho de 2006, quando alcançou 15,25% ao ano. Desde setembro do ano passado, a taxa foi elevada em sete ocasiões consecutivas, mas nas reuniões mais recentes de julho, setembro e novembro, o Copom optou por manter os juros.
O anúncio oficial sobre a Taxa Selic será divulgado no início da noite desta quarta-feira. Na ata da última reunião, o Copom destacou que a taxa será mantida em 15% ao ano por um período prolongado, buscando assegurar que a inflação se aproxime da meta estabelecida.
Incertezas no Cenário Econômico
De acordo com o Copom, o atual cenário econômico é caracterizado por uma elevada incerteza, que requer uma abordagem cautelosa na formulação da política monetária. Internamente, fatores como o aumento nos preços de energia têm contribuído para a inflação, mesmo com a desaceleração da economia em geral.
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Uma recente edição do Boletim Focus, que coleta previsões de analistas de mercado, sugere que a taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano até o final de 2023 ou, possivelmente, até o início de 2026. O debate entre os economistas gira em torno do momento em que os juros começarão a ser reduzidos no próximo ano.
Comportamento da Inflação
O comportamento da inflação continua incerto. A prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), registrou uma taxa de apenas 0,2% em outubro, acumulando uma alta de 4,5% nos últimos 12 meses, retornando ao limite superior da meta estabelecida. O IPCA completo referente ao mês de novembro será divulgado nesta quarta-feira.
Segundo o último Boletim Focus, a previsão de inflação para 2023 foi revisada para 4,4%, uma queda em relação à expectativa de 4,55% apresentada quatro semanas atrás. Esse resultado indica uma inflação ligeiramente abaixo do teto da meta contínua estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
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O Papel da Taxa Selic na Economia
A taxa básica de juros, que serve como referência para as demais taxas de juros na economia, é um dos principais instrumentos do Banco Central para controlar a inflação. O BC executa operações diariamente no mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos federais para manter a taxa próxima ao valor fixado em reuniões.
Quando o Copom decide aumentar a Selic, o objetivo é conter uma demanda excessiva, o que impacta os preços. Taxas de juros mais elevadas encarecem o crédito e incentivam a poupança, podendo, assim, desacelerar a expansão econômica. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, o que pode favorecer o controle da inflação e impulsionar a atividade econômica.
Processo de Reunião do Copom
As reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias. No primeiro dia, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, bem como a situação do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, que consistem na diretoria do BC, avaliam as opções e definem o futuro da Selic.
Meta Contínua de Inflação
Desde janeiro deste ano, o BC opera sob um sistema de meta contínua, onde a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o limite inferior é de 1,5% e o superior, 4,5%. No novo modelo, a meta de inflação é avaliada mensalmente, levando em conta a inflação acumulada em 12 meses.
No final de dezembro de 2023, a inflação acumulada desde janeiro será comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Em janeiro de 2026, o procedimento será reavaliado, começando a partir de fevereiro de 2025, permitindo um acompanhamento mais dinâmico da inflação ao longo do tempo.

