A Tecnologia e o Futuro da Humanidade
Você já parou para imaginar como será o futuro? Compreender os sinais que indicam as transformações à nossa frente pode ser o diferencial entre um presente estável e um futuro promissor. Nesse contexto, ninguém aborda a conexão entre a humanidade e a tecnologia com tanto aprofundamento quanto Martha Gabriel, uma futurista de renome cujo currículo impressionante poderia preencher páginas e mais páginas.
Autora de obras como “Liderando o Futuro”, “Inteligência Artificial – do Zero a Superpoderes” e “Você, Eu e os Robôs”, Martha possui uma formação robusta que inclui um diploma em Engenharia pela Unicamp, pós-graduação em Marketing, e um PhD em Artes, com formação executiva pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). Durante o 46º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), ela apresentou a palestra magna intitulada “Ponto de Partida – Nada Mais Como Antes”, que prendeu a atenção do público por 50 minutos, tempo que pareceu voar.
Ouvindo as percepções de Martha, não é difícil notar que o cenário atual é de transformação contínua. “Estamos passando por mudanças que sentimos pelo menos sete vezes ao dia”, diz com humor. A velocidade da inovação é avassaladora, e não basta apenas estar ciente das mudanças; é crucial compreendê-las. “Quem joga com as regras certas está se tornando bilionário. Durante a maior parte da história, a humanidade não passou por grandes mudanças. Mas, de uma década para cá, tudo mudou”, alerta a futurista.
Mas, afinal, quem está comandando essas mudanças? A resposta é clara: a Inteligência Artificial (IA). Ela é a força propulsora que impulsiona toda a inovação tecnológica. Martha enfatiza que é essencial que as pessoas não se apeguem a habilidades que já não são mais necessárias. “Devemos nos concentrar no que a tecnologia não consegue fazer”, destaca. Para ela, o futuro pede uma nova maneira de pensar: “É fundamental estar ciente das pendências do presente, mas também manter a mente voltada para as tendências do amanhã. Combater a mentalidade do curto-prazismo é crucial. Lidar com essas questões é um desafio e um convite à reflexão”, acrescenta, sempre com uma pitada de bom humor.
Em suas reflexões, a futurista lembra que confiar em certezas absolutas é um erro. Segundo ela, um sinal claro de transformação é a sensação de desconforto que sentimos ao ouvir uma notícia impactante. Essa sensação foi vivida há décadas, quando surgiu o primeiro chatbot de IA, chamado Eliza, que em 1966 simulava uma conversa entre paciente e psicoterapeuta com regras simples de processamento de linguagem. O robô reconhecia palavras-chave e respondia de forma genérica, um precursor do que hoje entendemos como comunicação digital avançada.
Atualmente, somos bombardeados com exemplos que apontam para mudanças radicais. Um caso que chamou a atenção é o da Albânia, que planeja adotar a IA para aprimorar a governança e combater a corrupção, embora ainda não haja uma execução concreta dessa ideia. Outro exemplo intrigante é o “robô vivo” apresentado em janeiro de 2020, um híbrido de células humanas e tecnologias desenvolvido para limpar os oceanos. E não podemos esquecer da Ayayi, a primeira “meta-humana” da China, criada pela empresa RM Inc. (Ranmai Technology), que se destaca por suas expressões quase idênticas às de um ser humano real.
De acordo com Martha Gabriel, o futuro da evolução tecnológica dependerá da convivência em harmonia entre seres humanos e máquinas. Essa relação se estende ao ambiente de trabalho e à previdência, que também serão reconfigurados. “A forma como trabalhamos influenciará diretamente o sistema de previdência”, afirma. Ela prevê que o futuro integrará longevidade e saúde, com aumento da expectativa de vida e planos voltados para o bem-estar e envelhecimento ativo, ao mesmo tempo em que lidaremos com indicadores de saúde e estilo de vida nos cálculos atuariais.
Segundo as previsões de Martha, a demanda por fundos de impacto e carteiras verdes crescerá. Os critérios de avaliação de investimentos também evoluirão, dando maior peso a elementos de governança e ética social. A privatização da previdência será substituída por plataformas inteligentes focadas no bem-estar financeiro e na longevidade ativa, transformando completamente a forma como pensamos sobre aposentadoria.
Com uma leve ironia, Martha destaca: “Se você não morrer em 10 anos, provavelmente não morrerá mais”. Essa provocação ilustra o otimismo que deve guiar nossas ações e reflexões sobre o futuro. O 46º CBPP é promovido por diversas entidades, incluindo Abrapp, UniAbrapp e Sindapp, recebendo o apoio de um amplo leque de patrocinadores que acreditam na importância da discussão sobre o futuro da previdência e tecnologia.

