Uma Cidade Mais Segura e Justa
Na tarde da última quinta-feira (18), um evento significativo ocorreu no auditório do Palácio da Aclamação, em Salvador. Mulheres de toda a capital baiana se reuniram para o lançamento do manifesto intitulado “A cidade das mulheres precisa ser mais segura, justa e democrática”. Ao lado do filho autista, uma mãe emocionada expressou a dor que sente toda vez que os direitos de seu filho são negados, ressaltando a realidade difícil enfrentada por muitas soteropolitanas que dependem dos serviços públicos essenciais. Este encontro, promovido pelo Instituto de Inovação Tecnológica, Gestão e Desenvolvimento Social (IADES) em parceria com a ONG Amparamulher, atraiu um grande público que se fez presente para discutir e reivindicar melhorias nas áreas de saúde, educação, transporte e segurança. No contexto de uma cidade onde as mulheres representam 54,4% da população, a importância deste manifesto é inegável.
O documento resultou de quatro oficinas do projeto “Salvador, a cidade das mulheres”, que envolveram um ciclo de escuta e debate em diversas comunidades. Os temas abordados incluem a deficiência do transporte público, a falta de serviços de saúde adequados, educação insuficiente e a alarmante taxa de feminicídios e assédio. Essas questões foram expressadas de forma contundente pelas participantes, destacando a urgência de ações efetivas por parte das autoridades.
Compromisso da Liderança Política
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) esteve presente em todo o processo e enfatizou a necessidade de construir uma cidade que seja inclusiva e segura para todas as mulheres. Como líder da bancada da oposição na Câmara, ela propôs a criação de canais de organização nos bairros, sugerindo que as atividades nas escolas públicas de tempo integral sejam abertas para as comunidades, permitindo que as mulheres continuem a luta por condições dignas. “Uma cidade que é boa para as mulheres, certamente será boa para todos”, afirmou Aladilce, ressaltando a importância de uma abordagem coletiva e inclusiva nas políticas públicas.
O evento se insere numa mobilização nacional mais ampla, conhecida como “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. Representantes do governo estadual, como Neuza Cadore e Ângela Guimarães, secretárias de Políticas para Mulheres e de Promoção da Igualdade Racial, respectivamente, manifestaram apoio às diretrizes contidas no manifesto. Ambas se comprometeram a trabalhar em políticas públicas que priorizem as mulheres, enfatizando a necessidade de ações sociais em níveis federal e estadual.
Uma Voz Coletiva por Oportunidades
A mesa do evento contou ainda com a participação de diversas autoridades, incluindo representantes das secretarias de Mobilidade, Educação, Saúde, Cultura e Políticas para Mulheres, Infância e Juventude. A leitura do Manifesto ficou a cargo de Natália Gonçalves, da União Brasileira de Mulheres. Durante o lançamento, Isabela Conde, do Amparamulher, e Cláudia Bezerra, do IADES, destacaram o papel das mulheres na economia baiana, revelando que a maioria das famílias é chefiada por mães ou avós. Elas enfatizaram a necessidade de políticas públicas que proporcionem oportunidades adequadas para estas mulheres.
A Carta-Manifesto foi elaborada com base nas contribuições das participantes das oficinas, realizadas nos bairros da Federação, Cajazeiras, Península Itapagipana e Cabula. O evento culminou com uma celebração vibrante, onde grupos de mulheres, como o Flor de Cacto e as idosas do Poder Grisalho, participaram de uma apresentação festiva, simbolizando a força e a união das mulheres na busca por suas demandas e direitos.

