Operação da PF: 10 réus sob monitoramento
Na noite de ontem, um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, a Polícia Federal (PF) deu cumprimento a dez mandados de prisão domiciliar. As prisões, que incluem o uso de tornozeleiras eletrônicas, foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e visam outros réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
A PF revelou que as prisões estão sendo executadas em diversas localidades, incluindo os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal. Em um esforço conjunto, o Exército Brasileiro também participa das operações. Os alvos da ação são figuras ligadas a um esquema golpista, e os nomes incluem:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército;
- Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército;
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
- Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal;
- Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército;
- Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais;
- Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército;
- Guilherme Marques Almeida, tenente-coronel do Exército;
- Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército.
É importante destacar que Carlos Rocha, um engenheiro mencionado na lista, não foi encontrado em seu endereço e, portanto, foi declarado foragido. Em resposta à decisão, a defesa de Martins classificou a medida como um “abuso”.
Até o fechamento desta matéria, a reportagem do Estadão tentou contato com representantes dos demais réus, mas não obteve sucesso.
Silvinei e sua tentativa de fuga
Silvinei Vasques, que está sob monitoramento eletrônico desde agosto de 2024 devido a uma prisão preventiva, foi recentemente condenado pelo STF a 24 anos e seis meses de detenção. Na madrugada do dia 26, ele foi preso no Paraguai durante uma tentativa de fuga. O ex-diretor da PRF tentava alcançar El Salvador, passando pelo Panamá, mas foi interceptado pelas autoridades paraguaias sob a acusação de falsidade ideológica.
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe foi segmentada em diferentes núcleos de atuação. Essa divisão, originada a partir das investigações da PF, foi adotada para agilizar o processamento das ações penais. O ex-presidente Jair Bolsonaro é parte do principal grupo de réus, conhecido como “núcleo 1”, ou “núcleo crucial”, que envolve ministros de Estado e oficiais de alta patente do Exército.
Os réus do “núcleo 2” enfrentam acusações de serem os responsáveis pela operacionalização do golpe, incluindo Silvinei Vasques e Filipe Martins. O “núcleo 3” é acusado de estabelecer uma “central de contrainteligência” para o golpe, enquanto o “núcleo 4” é responsabilizado por disseminar desinformação a respeito do sistema eleitoral e das instituições do país.
Os desdobramentos dessa operação e as implicações legais para os envolvidos continuam a ser acompanhados de perto pelas autoridades e pela sociedade.

